sábado, janeiro 09, 2010

Carlos Pinho termina a carreira

Carlos Pinho, 39 anos, anunciou o final da carreira. Ao fim de mais de 20 anos de actividade profissional, o trepador de Ovar viu-se obrigado a encostar a bicicleta por falta de convites para manter-se no pelotão nacional em 2010. “É com alguma tristeza, por um lado, mas também com o sentimento de dever cumprido, por outro, que comunico oficialmente que, a partir de hoje, vou dar por terminada a minha carreira como ciclista profissional. Ainda houve algumas tentativas da minha parte para continuar a correr mais um ano, mas foi impossivel com a actual situação do ciclismo em Portugal”, lamenta o ciclista.
Carlos Pinho confessa que já sente saudades da rotina de corredor, pois “as saudades já começam a apertar”, especialmente “quando se vêem ex-colegas a saírem para treinarem”. O corredor não gostou da forma como foi dispensado pela Barbot-Siper. “O que me deixou mais triste foi o ‘timming’ escolhido para me dizerem que não contavam comigo, uma vez que, depois de quase 9 anos ao serviço da equipa, acho que não merecia ter sido um dos últimos a ser avisado da dispensa. Apesar disto, não guardo rancores e desejo a todos os que fazem parte da equipa votos de uma excelente época de 2010, coroada de sucessos”, garante Pinho.
A despedida convoca alguma nostalgia e traz ao corredor recordações do passado. Carlos Pinho destaca a estreia no profissionalismo ao serviço da Sicasal-Acral, “uma das melhores equipas da altura”. Foi com as cores dessa formação que o pequeno trepador ovarense conseguiu conquistar duas vezes o título de rei da montanha na Volta a Portugal e foi também pela Sicasal que disputou grandes corridas, como a Volta a Espanha e a Volta a Itália. Outro momento marcante, este já em representação da Barbot, foi quando conseguiu vestir a camisola amarela na Volta a Portugal, em 2006.
Carlos Pinho diz não ter planos profissionais para o futuro imediato, mas mostra-se motivado para abraçar uma carreira técnica no ciclismo de formação. “Gostava de continuar, ligado às camadas jovens e, assim, poder ensinar os mais novos. Acho que seria uma desafio diferente, mas igualmente gratificante”, adianta. Enquanto não define o rumo profissional a seguir, Carlos Pinho vai dando “umas voltinhas de bicicleta com os amigos” e dedica-se a um dos passatempos preferidos, a caça.

1 comentário:

l.gonçalves disse...

Força Pinho, és o maior! Os dirigentes do ciclismo português é que estão cada vez piores. Já era altura de alguns bandidos de longa data arrumarem as botas...